Livro Amor, teoricamente de Ali Hazelwood

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7/7/20252 min read

Amor, Teoricamente é o mais novo romance de Ali Hazelwood, autora best-seller conhecida por combinar ciência e paixão em histórias protagonizadas por mulheres inteligentes e complexas. Lançado pela Editora Arqueiro, o livro reafirma o talento da autora para unir o mundo acadêmico à leveza do romance contemporâneo, com personagens carismáticos, diálogos afiados e dilemas emocionais profundos.

A protagonista é Elsie Hannaway, uma física teórica brilhante que leva uma vida dupla: durante a semana, é professora substituta e pesquisadora dedicada; nos finais de semana, trabalha como namorada profissional, oferecendo companhia (não sexual) para homens que precisam de um “par ideal” para eventos sociais. Essa escolha, embora inusitada, é tratada com humanidade e sem estigmas, e revela muito sobre a dificuldade de jovens cientistas em sobreviver financeiramente enquanto buscam estabilidade profissional.

Tudo começa a se complicar quando Elsie cruza o caminho de Jack Smith, um professor de física experimental renomado que já causou danos diretos à sua carreira acadêmica — e que agora faz parte da banca de seleção da universidade onde ela tenta uma vaga de verdade. Jack é arrogante, frio e direto, em contraste com o jeito polido e adaptável de Elsie, que passou a vida tentando agradar os outros para ser aceita. O embate entre os dois é imediato, mas conforme a história avança, o leitor percebe que há muito mais por trás da fachada séria de Jack — e da fachada sorridente de Elsie.

Um dos pontos altos de Amor, Teoricamente é a maneira como Ali Hazelwood aborda os bastidores do meio acadêmico, especialmente o ambiente competitivo da física. Ela mostra as inseguranças, a falta de reconhecimento das mulheres cientistas e o peso das expectativas externas. Elsie é uma protagonista sensível e inteligente, que aprende a se posicionar, a dizer o que pensa e, principalmente, a entender que não precisa moldar sua personalidade para ser aceita.

Ao mesmo tempo, o romance entre Elsie e Jack é desenvolvido com sensibilidade e profundidade. Não se trata de um simples enemies-to-lovers, mas sim de um relacionamento construído aos poucos, com base em respeito, admiração intelectual e vulnerabilidade emocional. Jack, aliás, foge do estereótipo do “homem rude que muda por amor”: ele já é um personagem íntegro desde o início, e sua conexão com Elsie se dá pela honestidade e pela vontade mútua de enxergar o outro além das máscaras.

A narrativa de Hazelwood é divertida e envolvente. O humor sutil, os diálogos espirituosos e as referências à cultura pop dão ritmo à leitura, mas não tiram espaço da seriedade dos temas tratados. Amor, Teoricamente fala sobre autoestima, limites, escolhas difíceis e o desejo de ser amada sem precisar fingir.

Amor, Teoricamente é uma leitura prazerosa que combina romance, reflexão e representatividade feminina em um cenário pouco explorado na ficção: o da ciência acadêmica. Com personagens marcantes e uma mensagem poderosa sobre autenticidade, o livro é indicado tanto para quem já é fã da autora quanto para quem busca uma história inteligente, apaixonante e cheia de emoção.